Arquivo do mês: agosto 2013

O Mercado de Uísque no Brasil

Aquele estigma que “uísque é uma bebida de pessoas mais velhas” pode estar com os dias contados. Pelo menos é o que revela uma pesquisa inédita encomendada pela Diageo Brasil para a Scotch Whisky Association, realizada no país pela TNS Research com 900 entrevistados entre 18 e 45 anos. Alguns dos principais dados mostram que 46% dos novos consumidores de uísque têm entre 25 e 34 anos e que 36% das mulheres dessa faixa de idade declaram consumir a bebida.

Já 51% declaram ter consumido uísque na semana anterior à pesquisa — sendo que nas regiões Nordeste e Centro-Oeste esses índices chegavam, respectivamente, a 66% e 59%. Só para constar, Recife, a capital de Pernambuco, há tempos está entre as cidades com maior consumo per capita da bebida no mundo, sendo a número um para a versão Red Label da Johnnie Walker, marca da Diageo que é lider mundial em vendas. Já no Centro-Oeste do país, principalmente em Goiânia e Brasília, o consumo tem crescido em grandes proporções.

Ainda dentro desse grupo de jovens, 50% citam o uísque como bebida favorita, seguida por cerveja (27%) e vinho (10%). E 63% dos apreciadores da bebida preferem misturá-la com gelo. Para os adeptos das campanhas de “beber moderadamente”, outro número interessante: quando decidem por uísque, 58% tomam menos doses de álcool durante a noite. Isso porque 73% afirmam que a bebida é consumida mais lentamente.

Os dados revelam ainda que a bebida geralmente é consumida na presença dos amigos, já que apenas 10% afirmam consumir uísque quando estão sozinhos, 81% oferecem para os amigos quando os recebem em casa e 24% assistem a partidas de futebol com seus colegas tomando doses da bebida — número bem significativo para um país onde a cerveja está diretamente ligada ao principal esporte nacional.

Por fim, o brasileiro está consumindo mais uísque importado, em detrimento do nacional. Em volume, o consumo aumentou 9,1% entre os 12 anos, 18,8% entre as versões oito anos, caiu -0,1% para os chamados “nacionalizados” (malte importado, mas engarrafado no Brasil) e teve queda de 6,6% entre os nacionais. Esses últimos dados são da Nielsen, que estima o mercado de uísque no país em R$ 1,8 bilhão, tendo crescido 8,6% em 2012.

Segundo Alexandre Rodrigues, gerente de comunicação da Diageo, o brasileiro está passando por uma “premiunização” de seu gosto. “Mesmo estando agora em um período de maior instabilidade econômica, o aquecimento econômico dos últimos anos deu mais segurança de emprego às pessoas, que se sentem mais livre para mudar seus hábitos de consumo”, diz. Em relação à Diageo, Rodrigues afirma que, como líder, a companhia se sente “na obrigação de desenvolver o mercado”. “Quando iniciamos o Whisky Festival, uma ação de ativação que fazemos há quatro anos, falávamos com cerca de 200 pontos de venda no país. Esse ano foram 10 mil pontos, bem pulverizados por todas as regiões”.

Para o próximo mês, a companhia lançará uma campanha para Johnnie Walker, criada pela BBH londrina e adaptada no Brasil pela Neogama/BBH. Porém, é bem provável que a marca continue a apostar, nos próximos anos, em ações criadas aqui especialmente para o mercado local, caso da campanha “Gigante”, lançada em 2011 pela Neogama e que foi a primeira campanha institucional da marca criada especificamente para um país.

Fonte: Propmark

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Tamdhu Ressurge em Barris de Jerez

A destilaria Tamdhu, fundada em 1897, ficou inativa durante três períodos de sua história, entre: 1911 e 1913, 1928 e 1948 e 2009 e 2013. No dia 4 de maio deste ano os apreciadores de whisky tiveram uma boa notícia, a destilaria reabriu suas portas novamente relançando um whisky de 10 anos inteiramente envelhecido em barris de vinho Jerez.

E essa será a estratégia da Tamdhu daqui pra frente, envelhecer seus maltes apenas em barris ex-Jerez. E não pense que isso é simples. Os barris de Jerez são bem mais caros e demoram mais a envelhecer whiskies que os barris ex-Bourbon, mais amplamente usados na indústria. Portanto, hoje, apenas três destilarias envelhecem exclusivamente seus whiskies em barris ex-Jerez: Glendronach, Glenfarclas e a Tamdhu.

Os barris de vinho Jerez, feitos de carvalho europeu (Quercus robur), passam uma coloração mais avermelhada ao whisky e contribuem principalmente com deliciosos sabores e aromas de figo, frutas cristalizadas, frutas secas, laranja, noz-moscada, panetone e passas.

Uma pena o Tamdhu não estar no Brasil. Quem sabe um dia ele não chegue por aqui. Estamos ansiosos na espera.

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Os Melhores Whiskies de 2013

Saiu o resultado do World Whisky Awards (WWA) 2013, a principal premiação de whisky do mundo editada desde 2007 pela revista britânica Whisky Magazine. E o título de melhor single malt do mundo voltou às terras escocesas depois de ser entregue por dois anos consecutivos para destilarias japonesas.

O Ardbeg Galileo, produzido pela Ardbeg, uma das oito destilarias da ilha de Islay, foi eleito o melhor Single Malt de 2013, a principal categoria da competição. O Galileo foi lançado para comemorar a parceria da Ardbeg com a empresa de pesquisa espacial NanoRacks LLC, instalada no Texas, nos Estados Unidos.

Mais de 300 whiskies participaram da disputa sendo julgados às cegas por um seleto painel de jornalistas especializados em whiskies e personalidades importantes da indústria como Master Blenders e Embaixadores de renomadas destilarias. Vejamos agora quais foram os vencedores nas principais categorias:

Para a lista completa dos whiskies premiados nas diversas categorias e sub-categorias acesse a página da Whisky Magazine: http://www.whiskymag.com/awards/wwa/2013/

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Cansado da cerveja? Veja nosso guia para apreciar um bom uísque

Artigo publicado no portal IG com comentários de nosso consultor em destilados Alexandre Campos.

http://deles.ig.com.br/mundo-masculino/2013-07-31/cansado-da-cerveja-veja-nosso-guia-para-apreciar-um-bom-uisque.html

Qual o copo ideal? Por onde começar a beber uísque? Pode misturar com outras bebidas? Especialistas tiram essas e outras dúvidas

Brunno Kono | iG São Paulo | 

Gelo e uma segunda bebida para misturar com o uísque fica a cargo de quem beber, diz Alexandre Campos

“Uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado.”

A frase acima, atribuída à Vinicius de Moraes, talvez nunca existisse se não fosse pelo poeta, mas certamente encontraria muitos autores anônimos que gostariam de ter sido seu criador. O uísque não acompanha o homem no dia-a-dia como a cerveja e não possui a versatilidade do vinho na hora de combinar com um jantar, mas cria uma relação de fidelidade com aqueles que o provam.

“Cerveja eu bebo socialmente, eu gosto é de tomar uísque”, diz o advogado Diego Lecuona, de 25 anos. Iniciado no mundo do destilado escocês pelo pai, Lecuona conta que, com o tempo, aprendeu a degustar a bebida, decidindo assim descartar o gelo para preservar o sabor. “Coloco, no máximo, um pouco de água.”

Foi assim também que, bebendo por curiosidade ou por indicação, Alexandre Campos e Eduardo Rotella tornaram-se fãs do uísque e trabalham hoje com o que bebem há anos — Campos, economista, como consultor do site Single Malt Brasil e de sua loja virtual, e Rotella, dentista, como master da marca Chivas, em particular dos uísques mais envelhecidos, com 18 anos ou mais, e autor do livro “Manual Básico do Scotch Whisky”.

Campos lembra que sempre foi um apreciador do uísque, mas foi em 2005, quando deixou o Brasil para estudar na Inglaterra, que levou um choque de realidade. “Não conhecia absolutamente nada. Me deparei com um mercado cheio de marcas que eu não conhecia. Comecei então a ter um interesse maior, a fazer viagens à Escócia, a visitar destilarias e colecionar uísques.” O brasileiro ainda prestou consultoria aos escoceses por três anos sobre o mercado nacional.

Com Rotella, a atração foi “natural”. Neto de colecionador, se interessou pelo uísque na infância, a princípio, por causa do aroma. Antes mesmo de atuar na área, sua bebida favorita já era o destilado escocês. Há 12 anos no ramo, ele não atende mais em consultório, mas atende os mais diversos públicos em jantares e degustações técnicas da marca para qual trabalha.

Por ser uma bebida mais sofisticada e de alto teor alcoólico, o uísque suscita uma série de dúvidas entre os iniciantes, desde o copo ideal aos cuidados que a pessoa deve tomar em casa na hora de armazenar as garrafas. Alexandre e Eduardo te ajudam a passar por isso.

Como identificar um bom uísque?

Embora a resposta desta questão esteja associada ao gosto de cada um, aroma e sabor são fundamentais na hora de identificar o quão bom é o destilado, além do “fator idade”. Campos explica que quanto mais envelhecido for o uísque, maior o “número de sabores vindos do barril”, mascarando o álcool. “É muito difícil falar porque o bom para mim pode não ser bom para você”, diz Rotella. Também é aconselhável que o consumidor compre a bebida de um bom fornecedor, como mercado ou empório.

Qual é o copo ideal?

Varia conforme o propósito. No dia-a-dia e com uísques jovens, o copo aberto e baixo é o mais indicado. No caso de degustação, de um destilado mais envelhecido ou simplesmente para quem quiser se aprofundar na bebida, o melhor é usar uma taça do tipo ISO, de boca mais fechada, o que concentra os aromas. “Boa parte da bebida você sente no nariz, o resto você confirma na boca”, afirma Campos. Se você prefere seguir à risca, existe o Glencairn Glass, o “copo oficial do uísque”.

Pode misturar com outras bebidas? E com gelo?

Poder, pode, mas não é o mais indicado, de acordo com os especialistas. “Quando você adiciona qualquer coisa ao uísque, você adultera os paladares originais da bebida”, justifica Alexandre. Para Eduardo, “não existe um melhor jeito de tomar uísque a não ser o seu”, mas ele classifica como “bizarrice” misturar um destilado envelhecido com energético, refrigerante ou água de coco: “É um sabor muito delicado para fazer misturas”.

Já o gelo, ou até mesmo a água, não são tão mal vistos – os próprios escoceses costumam colocar um pouco de água no destilado símbolo do país. “Excesso de gelo é aceitável em uísques de até oito anos. A partir de 12 e 18 anos essa quantidade tem que diminuir. O aroma é liberado à temperatura ambiente. Se você esfria a bebida, ele se contrai”, esclarece o master da Chivas.

É possível combinar o uísque com comida?

Sim, mas isso exige uma harmonização entre bebida e comida, e não é algo que se descobre facilmente. No caso do Chivas Regal 18, com o qual Eduardo trabalha, ele sugere acompanhar com um peixe defumado, como o salmão. Para Alexandre, os fãs de pimenta têm um prato cheio em mãos. “É fantástico. A culinária brasileira não tem esse hábito [de ser apimentada], mas na comida baiana, na feijoada, se ela estiver muito carregada, casa muito bem. Nestes casos, eu tomo com um uísque, uma cachaça ou uma cerveja mais pesada.”

Sou um iniciante no mundo do uísque. Por onde começo?

Experimente para saber qual sabor te agrada mais: frutado, salgado, seco, defumado… “É uma jornada. Se atreva a experimentar. Quanto mais fizer isso, maiores as chances de descobrir novas marcas, de descobrir um uísque que você ame”, sugere Rotella. Para apreciar o destilado e evitar ficar bêbado muito rápido, também é importante intercalar a bebida alcoólica com copos de água.

A sugestão de Alexandre é começar por um blended, que é o tipo mais popular do uísque escocês. Depois, vale tentar um blended mais envelhecido, e então começar a degustar um single malt, feito exclusivamente de malte de cevada e cujo sabor é mais forte e encorpado. Se você mergulha de cabeça no assunto, também pode experimentar os uísques de Islay, ilha ao sudoeste da Escócia, conhecidos pelo forte gosto “de remédio”. “Esses são 8 ou 80. Ou a pessoa adora ou detesta”, diz Campos.

Vai começar a tomar uísque? Se atreva a experimentar, afirma Eduardo Rotella

Quais os cuidados que devo tomar em casa?

Na hora de guardar suas garrafas, certifique-se de que elas estejam com as tampas bem vedadas e em um local escuro, com pouco incidência de luz — se elas forem transparentes, uma solução é mantê-las dentro do estojo ou da caixa da embalagem. Como o interior de uma casa não possui uma variação térmica grande, você, a princípio, não precisa se preocupar com isso, a não ser que sua adega fique no jardim. Vale ter atenção com garrafas feitas de porcelana, uma vez que este material é poroso, ou com tampa de rolha — guarde-as na posição vertical para evitar o contato com o álcool.

Uísque tem prazo de validade?

Existem uísques com mais de 50 anos que são leiloados e consumidos normalmente, portanto, não existe uma regra muito clara sobre prazo de validade. Existe, no entanto, um tempo ideal. De acordo com Eduardo, o aroma e sabor do destilado não mudam dentro da garrafa como acontece com o vinho, por exemplo, mas é indicado consumir a bebida em uma janela de 10 a 15 anos.

Uísque como presente. Qual escolher?

Nada é mais comum — e “comum” não significa necessariamente clichê — do que presentear seu pai, sogro ou amigo com uma boa garrafa de uísque. Caso o presenteado seja um iniciante, Rotella afirma que o uísque com características florais e frutadas, mais comuns, são mais fáceis de agradar. Se o sortudo for um especialista ou conhecedor do destilado, aproveite a chance para surpreender, defende Campos: “Vou procurar algo que ele não conhece. Vou tentar inovar e chegar com uma novidade”. O que pode ser uma novidade? Um uísque japonês, por exemplo.

Presente para pai, sogro… Uísque é uma bebida masculina?

“A imagem que as mulheres têm na cabeça é a daquele uísque mais jovem, muito alcoólico, que até para o homem é agressivo. Se elas fossem introduzidas aos uísques mais velhos, mais delas beberiam. Eles [uísques mais velhos] descem macios, sem gelo. Você pode colocar um pouco de água e tomar com facilidade. Isso choca as pessoas”, afirma Eduardo. Ou seja, mais do que surpreender seu pai, sogro, amigo, você pode surpreender sua mãe, sogra, amiga ou namorada com uma boa garrafa do destilado e ainda dar algumas das dicas que você leu acima.

O top 5 de quem conhece do assunto

Alexandre Campos:
- Macallan 18 (single malt escocês)
- Hibiki 17 (blended japonês)
- Buchanan’s 12 (blended escocês)
- Woodford Reserve (bourbon americano)
- Laphroaig 10 (single malt escocês)

Eduardo Rotella:
- Aberlour 10 (single malt escocês)
- Chivas Regal 18 (blended escocês)
- The Glenlivet 15 (single malt escocês)
- Jameson 12 (single malt irlandês)
- Royal Salute 21 (blended escocês)

* Bebidas alcoólicas são proibidas para menores de 18 anos. Se beber, não dirija.

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Curso e Degustação de Whisky em Presidente Prudente

Estaremos conduzindo um curso com degustação de Scotch Whisky nesta quinta-feira (8 de agosto) a convite da Cultura Inglesa de Presidente Prudente.

O evento faz parte da programação em comemoração ao dia dos Pais da escola. E nada melhor do que celebrar a data com o que a cultura britânica tem de melhor, seu maravilhoso destilado. Sortudo serão os pais que ganharão o sorteio para participar do evento já que terão a maravilhosa oportunidade de provarem o Whyte & Mackay 22, Ardbeg 10, Macallan 12, Jura Prophecy e Dalmore 18.

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Grant’s é destaque em concursos de whiskies

Mundialmente conhecido, o whisky Grant’s foi o grande destaque da noite do Scotch Whisky Masters Awards 2013, um dos concursos mais prestigiados da categoria, conquistando seis importantes medalhas. Além disso, o cobiçado prêmio de “Master” deste ano foi para o Grant’s 18 anos, e o Grant’s 25 anos ganhou medalha de ouro por seu blended único, contendo vinte e cinco maltes valorizados e distintos.

Os whiskies Grant’s Ale Cask Finish, Grant’s Sherry Cask Finish, Grant´s Distillery Edition e Grant’s 12 anos foram premiados com medalhas de prata.

Já na premiação do World Whiskies Awards 2013, concurso que acontece desde 2007, o Grant’s Family Reserve deixou 300 concorrentes para trás e foi premiado como o melhor whisky blended escocês.

Brian Kinsman, Master Blender da Grant’s destaca o prestígio dos prêmios: “É sempre uma grande honra ser reconhecido por todos os grandes whiskies que fazemos. Os prêmios homenageiam as cinco gerações da família Grant e os artesãos de nossas destilarias que têm dedicado suas vidas para produzir um whisky de qualidade.”

O concurso Scotch Whisky Masters, lançado em 2008, tornou-se um dos mais importantes do setor, pois é a única competição que utiliza os juízes inteiramente independentes. Patience Gould, editor do “The Spirits” é acompanhado por um grupo de especialistas e estes são responsáveis pela escolha dos títulos. Para chegar aos premiados, o júri utilizou critérios como região, idade, design e aspectos técnicos qualitativos dos whiskies envolvidas no concurso.

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