Arquivo do mês: novembro 2014

O que diferencia um bom whisky de um ruim?

Publicado no Portal ÁreaH

http://www.areah.com.br/cool/qualidade/materia/95439/1/pagina_1/o-que-diferencia-um-bom-uisque-de-um-ruim.aspx

Por Alexandre Campos

O que diferencia um bom whisky de um ruim?

Obviamente que a qualidade de um whisky é influenciada pelas matérias-primas usadas em sua produção, pelos processos de fermentação e destilação, e até mesmo pela água usada na fabricação da bebida. Porém, a resposta mais correta, simples e direta para responder a pergunta “o que diferencia um bom whisky de um ruim?” é: tempo e carvalho.

O tempo de maturação e a qualidade dos barris de carvalho — whisky é envelhecido apenas em carvalho — são os principais elementos quando o assunto é definir a qualidade de um whisky.

Pesquisas acadêmicas mostram que entre 60% e 80% dos sabores e aromas de um whisky vêm dos barris de carvalho usados no processo de envelhecimento do destilado. Ou seja, uma proporção muito grande das principais características sensorias da bebida, que tanto apreciamos, decorre apenas de uma etapa de sua produção, a maturação em barris de carvalho. Por isso que destilarias como a Macallan, Glenmorangie, Glenfiddich e Balvenie, para citarmos algumas, colocam tanta ênfase na chamada “wood policy management”, que é a rigorosa seleção dos seus fornecedores de barris de carvalho. Um barril de qualidade duvidosa compromete todo o trabalho desenvolvido nas estapas anteriores de produção.

O tempo de maturação ideal dependerá do clima e do barril. Quanto mais quente o clima, mais rápido será o envelhecimento do whisky. Nos verões quentes de Kentucky (EUA) existe uma troca maior entre destilado e barril do que nos verões frios escoceses. Barris virgens como os usados na produção de bourbon também envelhecem o destilado mais rápido que barris já usados para envelhecer outras bebidas, que são os mais comuns na indústria escocesa.

Foi pensando nessa combinação “simples” de “tempo e carvalho” que a empresa americana Time & Oak Whiskey Elements lançou no mercado pequenas ripas de carvalho que prometem acelerar o envelhecimento de um whisky, ou ajudar na produção de whiskies customizados com as preferências dos consumidores. As ripas de carvalho, entre outros produtos da Time & Oak, não são comercializadas no Brasil, mas podem ser adquiridas por US$ 12 no site da empresa timeandoak.com.

Não avaliei ainda os produtos da Time & Oak. Mas sou bastante cético em relação ao resultado final alcançado com os tais “aceladores” de envelhecimento propostos.

Existem, por exemplo, vinhos que são “envelhecidos” em larga escala com ripas de madeira mergulhadas em tanques de aço e o resultado em termos de qualidade não chega perto dos vinhos envelhecidos nas tradicionais barricas de carvalho. Bom, sou da escola antiga que prefere whisky envelhecido em barris de carvalho nos armazéns das destilarias.

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O Melhor Rum do Mundo?

Por Alexandre Campos

O Melhor Rum do Mundo?

Foi o que poderia chamar de “amor ao primeiro gole”. Ainda me lembro da primeira vez que bebi o Diplomático nos idos de 2009 na The Whisky Exchange, a maior loja de destilados de Londres. Estava por lá para uma degustação de whisky, entre tantas que fui, quando o meu chará Alex, gerente da loja, me chamou e perguntou: “Alex, você conhece o Diplomático?”, ao que respondi: “não, é single malt?” e ele: “do mesmo nível”.

Entre uma dose e outra do Diplomático eu descobri também meu amor por um bom rum, e a paixão em especial, que dura até hoje, por esse exemplar venezuelano.

A versão que acabou de chegar ao Brasil não poderia ser melhor, Diplomático Botucal 12 anos — a mesma que me encantou na The Whisky Exchange. Claro que existem outras belas versões do Diplomático. Mas o Botucal, envelhecido por 12 anos, parece ser a que conjuga melhor complexidade, harmonia e equilíbrio. Não poderia ser por menos já que o Diplomático é destilado em alambiques de cobre, como os whiskies single malt, e envelhecido em barris de carvalho ex-bourbon e ex-jerez, também como os single malts.

O Diplomático é um ícone na Venezuela e um dos rums mais premiados do mundo. O nome Botucal vem da palavra indígena Botuka, que significa Colina Verde. Ele tem 40% de teor alcoólico, coloração de mogno e bem complexo no paladar, com toques de frutas secas, figo, mel, passas, baunilha e panetone.

Ainda faltam muitos rums para eu provar nessa vida, mas o Diplomático Botucal é o melhor que me deparei até hoje.

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David Beckham Lança Haig Club

David Beckham juntou-se ao artista e parceiro de negócios Simon Fuller e à empresa de bebidas Diageo para criar o seu próprio whisky, Haig Club. O lançamento da bebida ocorreu numa festa cheia de celebridades nos arredores de Edimburgo.

David Beckham e Guy Ritchie apreciando o Haig Club

O Haig Club é um single grain, whisky produzido de diversos grãos (podendo ou não conter cevada maltada) e destilado em destiladores de colunas em uma única destilaria. O nome “Haig” foi escolhido em homenagem a John Haig, fundador da destilaria Cameron Bridge em 1824, que começou a produzir whiskies single grain em 1826.

Com um estilo suave e adocicado, o Haig Club foi criado com o intuito de ser uma espécie de “porta de entrada” para aqueles que pensam não gostar de whisky. Fácil de beber e com notas de laranja, banana, limão, canela, noz-moscada e caramelo, o Haig Club é uma boa surpresa para os que não conhecem ainda a versatilidade de um whisky single grain. A edição, infelizmente, ainda não está disponível no Brasil.

O filme de lançamento da marca foi dirigido por ningúem menos que Guy Ritchie e traz paisagens de tirar o fôlego. As gravações foram feitas na Escócia e tem música da banda Alt-J.

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Reino Unido não é só cerveja e whisky, mas vinho também

Adaptação da matéria publicada no site do UOL: http://viagem.uol.com.br/guia/roteiros/internacionais/terra-da-cerveja-e-do-uisque-reino-unido-tambem-tem-passeios-por-vinhedos/index.htm

Por Rafael Mosna

Terra da cerveja e do uísque, Reino Unido também tem passeios por vinhedos

Reino Unido combina com uísque, cerveja e sidra, mas se engana quem restringe o destino a somente essas bebidas. Recentemente, a região vem se aprimorando na produção de vinho, e é reconhecida principalmente por seus espumantes frescos e delicados, muitos deles elaborados seguindo o método tradicional do champanhe.

As principais vinícolas, algumas abertas à visitação, estão na Inglaterra e no País de Gales, mas até as terras do sul da Escócia estampam alguns parreirais no mapa.

O UOL Viagem conheceu vinícolas abertas a turistas em diferentes regiões britânicas. Para aqueles com tempo, há locais em que é possível pernoitar e aproveitar o sossego com caminhadas por trilhas em parreirais, jantares regados a taças de vinho e preocupação zero.

Tours, digamos, “expressos” podem ser combinados com atrações turísticas regulares. Um bate-volta de Londres, por exemplo, é viável.

A seguir, veja oito opções de tours em cinco regiões (localize-se no mapa abaixo). Todos os passeios citados são realizados em inglês.

Dica: se sua ideia é ver cachos de uvas nos pés, prefira fazer sua visita entre os meses de agosto e outubro (geralmente, a colheita é realizada neste último mês). Verifique disponibilidade e horários com antecedência.

EM KENT
Chapel Down (www.chapeldown.com) é responsável por cerca de 12%  da produção total de vinho britânico, cujo valor está na casa de 4 milhões de garrafas por ano – a maior parte delas composta por espumantes.

A visita guiada dura cerca de 50 minutos e inclui explicações sobre história do vinho nacional e modo de produção. Ali, por exemplo, a videira possui um tronco que pode chegar ao dobro do tamanho da planta em países quentes. O objetivo é viabilizar um acesso maior aos raios do sol, que não é abundante.

Encerradas as caminhadas e explicações, todos se sentam em pequenas mesas coletivas para uma degustação guiada de seis rótulos. Entre eles, podem estar o Bacchus, vinho branco fresco e frutado, e os espumantes Rosé Brut Pinot Noir, delicado e refrescante, e o Blanc de Blancs Chardonnay.

Os tours acontecem de abril a novembro. Vale esticar a visita e almoçar no Swan at Chapel Down.

Já a Biddenden (www.biddendenvineyards.com) realiza passeios gratuitos às quartas ou aos sábados (as datas variam de acordo com o mês), sempre às 10h. Caso o visitante chegue com 15 minutos de antecedência, será recebido com uma xícara de café gratuita. Recomenda-se checar disponibilidade antes da viagem e fazer reservas.

Familiar, a vinícola comercializa seus vinhos, incluindo dois tipos de espumante (rosé Gamay e branco, elaborado com as uvas Reichensteiner, Pinot Noir, Ortega e Scheurebe), somente no Reino Unido. Trabalha apenas com produtores locais e também fabrica sidras e sucos de maçã.

Parreiras na vinícola Biddenden, no condado de Kent

Mais uma alternativa em Kent, a vinícola Hush Heath (www.hushheath.com) oferece opção de degustação e tour (sem guia) todos os dias do ano, das 11h às 17h. É só chegar, sem necessidade de reservas: bom para viajantes de última hora.

Para andar com calma pelas parreiras e macieiras, guarde pelo menos uma hora, para fazer pausas entre as bonitas paisagens. É possível ainda comprar uma cesta para fazer piquenique no local.

Diferentemente das anteriores, não há café ou lanchonete no local, apenas prateleiras com vendas de vinhos e sidras. Destaque para o espumante rosé elaborado com Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier. Tours guiados (pagos) também são disponibilizados mediante reserva antecipada.

EM SUSSEX
Bolney Wine Estate (www.bolneywineestate.com), com 40 hectares e nove variedades de uva em suas parreiras, conta com três possibilidades de tour para visitantes. Mediante reserva antecipada, acontecem às sextas, sábados e domingos, com uma hora e meia de visita e degustação de três tipos de vinho da casa.

Em outros dias da semana, é possível apenas visitar a propriedade e passar um tempo no café, que serve saladas e lanches com sugestões de harmonizações. Feito para sentar e relaxar.

A empresa produz de 100 mil a 120 mil garrafas ao ano e faz suas apostas em vinhos tintos leves (Pinot Noir e Lychgate Red), brancos, rosés e espumantes, incluindo o espumante tinto Cuvée Noir Brut, que passa 18 meses em envelhecimento.

Funcionária cataloga parreiras na vinícola Bolney Wine Estate

Ainda no condado de Sussex, os tours da premiada Ridge View (www.ridgeview.co.uk) são limitados ao número de 35 pessoas por grupo. Concorridos, pode ser necessário reservar um lugar com mais de dois meses de antecedência, pois os passeios acontecem geralmente apenas uma vez ao mês.

O tour é sempre acompanhado por um profissional que trabalha no dia a dia da vinícola, administrada pela segunda geração da família fundadora. Dura cerca de duas horas, com explicações, visitas às instalações e à plantação, além de degustações.

A produção está concentrada em espumantes, num total de 250 mil garrafas numeradas ao ano. São encontrados blends que favorecem a uva Chardonnay, além de Pinot Noir e Pinot Meunier, para serem degustados frescos ou em poucos anos.

EM GLOUCESTERSHIRE
Opção para quem procura mais do que um tour, em Three Choirs (www.three-choirs-vineyards.co.uk) é possível pernoitar e reservar um ou mais dias em meio ao sossego.

Os quartos possuem vista para as parreiras e é possível caminhar por trilhas demarcadas, encontrando ainda árvores de amora, placas explicativas, além de pontos com áudio que contam a história da vinícola e da produção de vinho britânico.

O tour é um bate-papo informal pelas instalações e acontece diariamente às 14h30 e, de abril a outubro, também aos sábados, às 11h. Começa com uma taça de espumante e termina com vinho tinto. Outros dois tipos de vinho branco são oferecidos no decorrer do passeio, que leva cerca de uma hora, sempre em um tom descontraído, com informações sobre a bebida degustada.

Sede da vinícola Ancre Hill Estates, em Monmouth, no País de Gales

Um restaurante próprio oferece pratos como o salmão defumado, com minialcaparras e cebola roxa e o filé de bacalhau envolto em presunto de Parma acompanhado de batatas.

NO PAÍS DE GALES
Logo cruzando a fronteira da Inglaterra a partir de Gloucestershire, a Ancre Hill Estates (www.ancrehillestates.co.uk), em Monmouth, é uma vinícola com produção biodinâmica – método que, além de seguir preceitos orgânicos, rege suas atividades pelos ciclos dos astros.

Com plantações de uvas Chardonnay, Pinot Noir e Albarino, o local produz espumantes e vinhos tranquilos (que não contêm gás). Entre abril e setembro, tours acontecem duas vezes por dia, às 11h30 e às 15h, de quarta a domingo. Em outros meses, apenas mediante consulta prévia.

Há possibilidade de almoço com prato de queijos galeses e uma taça de vinho. Também dá para se hospedar na propriedade, em acomodação exclusiva, com três quartos para até seis pessoas.

EM CORNWALL
Voltando à Inglaterra, a Camel Valley (www.camelvalley.com) também dispõe de acomodação para visitantes. Está localizada no centro do condado de Cornwall, e os chalés têm vista para as parreiras da região.

Entre abril e outubro, às quartas-feiras, o proprietário Bob Lindo comanda tours bem humorados pelos vinhedos. Degustações, também em clima descontraído, acontecem em seguida. Faça sua reserva pelo site, pois a possibilidade de perder a viagem chegando de surpresa é alta.

Lindo faz questão de denominar “cornwall” seu espumante, “pela mesma razão que os espumantes de Champanhe recebem o nome ‘champanhe’”. E tira risadas dos presentes: “então, se forem à Champanhe e chamarem o vinho lá de cornwall, não deixem, hein?”

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Curso de Destilados WSET com Cesar Adames

César Adames estará novamente realizando o  Curso Nível 1 em destilados de 17 a 19 de novembro em São Paulo. O programa faz parte dos cursos da Wine and Spirits Education Trust de Londres (WSET) oferecidos no Brasil pela Enocultura.

Não perca mais uma oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em destilados com o maior especialista em bebidas do Brasil.

Quando: 17, 18 e 19 de novembro das 19h às 21h30
Onde: Casa do Porto, Alameda Franco, 1226, Jardim Paulistano — São Paulo
Inscrições: info@enocultura.com.br, ou pelos telefones: 11 4306-7643 / 7647
Investimento: R$ 750
www.enocultura.com.br

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O Que Esperar Em Uma Degustação De Whisky?

Maurício Salvi e Christian Squassoni, ambos da The Whisky Spirit, e Alexandre Campos, nosso consultor em destilados, debatem e apresentam um pouco sobre o que se pode esperar em uma degustação de whisky.

A Single Malt Brasil vem promovendo degustações de whisky e destilados em diversas cidades do país. É só ficar atento por aqui para se inteirar de nossos eventos.

Nas palavras de Michel Hansen, autor do Blog “Desvendando Whisky” (http://desvendandowhisky.blogspot.com.br/): “Quem é apreciador de whisky e nunca participou de uma degustação dirigida, participe. É a oportunidade de conhecer aromas e sabores diversificados, aumentar o conhecimento e trocar informações com pessoas também apaixonadas pela bebida. E de quebra, fazer novos amigos.”.

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O Melhor Whisky Do Ano É Japonês!

Não vemos como supresa um single malt japonês ser eleito como o melhor whisky do ano. E justamente a edição de 2015 do Whisky Bible de Jim Murray traz no topo da lista, com uma pontuação de 97,5, o single malt Yamazaki Sherry Cask 2013. E não pense que seja fácil encontrá-lo já que apenas 18,000 garrafas desta preciosidade foram produzidas.

Nós da Single Malt Brasil conhecemos bem a qualidade dos whiskies japoneses. Uma indústria de whisky secular que começa sua trajetória com o Engenheiro Químico Masataka Taketsuro em 1918. E a busca pela perfeição seguiu adiante por gerações.

Nas segunda e terceira posições também não consta nenhum escocês. Esses postos são ocupados pelos whiskies americanos William Larue Weller e Sazerac Rye de 18 anos. Na verdade, pela primeira vez na história do Whisky Bible não há nenhum escocês entre os top 5.

O autor britânico teceu duras críticas aos produtores escoceses ao perguntar na introdução de seu livro “Onde estão os whiskys complexos? Onde estão as misturas que ofereceram camadas surpreendentes de profundidade?”. “As destilarias escocesas precisam de uma dose de humildade, de voltar às bases e de perceber que falta alguma coisa”.

Mas vamos com calma Jim Murray, ano passado você mesmo elegeu o Glenmorangie Ealanta como o melhor whisky de 2014 com a nota de 97,5, a mesma do Yamazaki Sherry Cask 2013 este ano. E comentou na época sobre o Glenmorangie Ealanta “um dos whiskies com retrogosto mais longo que já experimentei…beirando a perfeição”. ”Não apenas surpreende com sua beleza e elegância, mas com um sabor completamente novo para mim que já degusto whiskies há mais de 30 anos”.

Quem sabe o próprio Jim Murray não elege outro whisky escocês como o melhor de 2016. É esperar para ver…

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