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Islay, a Ilha do Whisky — Parte II

Ao chegar a Laphroaig, pude perceber que estava diante de mais outra grande e tradicional destilaria escocesa. Construída em 1810, a destilaria seguiu produzindo ilegalmente até 1815, quando então recebeu licença oficial para a produção de whisky. Atualmente, a Laphroaig pertence ao grupo Beam, os mesmos donos do famoso Bourbon Jim Beam e do Blended escocês Teacher’s, que leva bastante malte da Laphroaig, por sinal.

O príncipe Charles já esteve por lá duas vezes. Na primeira visita, em 1994, sua alteza quase morre ao tentar pousar o avião que pilotava em alta velocidade. Na segunda vez, em 2008, já casado com Camilla Parker, a visita do Príncipe se deu sem sustos. Fotos do ilustre visitante estão espalhadas por toda a destilaria, da qual o príncipe é grande fã. Dizem que seu Single Malt favorito é o Laphroaig 15 anos, já retirado de circulação e substituído pela versão de 18 anos.

A visita a esse verdadeiro templo do whisky foi marcante. Entre os momentos inesquecíveis está a hora em que passei a fazer parte do “Friends of Laphroaig”, fincando a bandeira do Brasil no pequeno pedaço de terra que me alocaram na destilaria… Também tive a oportunidade de ver pela primeira vez um depósito com “peat”, a turfa que é colocada no forno para secar a cevada maltada. É por causa dessa turfa que o Single Malt da Laphroaig e os de Islay, excluindo o Bunnahabhain, tem um peculiar sabor enfumaçado.

Peat Store - Depósito de Turfa da Laphroaig

 

O Laphroaig também tem um forte sabor medicinal que nem sempre é encontrado em outros maltes turfados de Islay. Curiosamente, essa característica permitiu que ele fosse exportado para os EUA como remédio, durante o período da Lei Seca americana.

Terminada a segunda visita, peguei carona até a Lagavulin com um grupo de alemães fascinados por whiskies. Fundada em 1816, a destilaria pertence atualmente à Diageo, os mesmos donos da marca Johnnie Walker.

Minha passagem pela Lagavulin foi rápida, já que a destilaria estava em manutenção anual e fechada para visitação. Após saborear uns bons Single Malts na aconchegante sala de estar deles e comprar algumas garrafas raras, segui com meus novos amigos alemães para a vila de Port Ellen, onde passaria a noite antes de ir para a vila de Bowmore.

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