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Macallan 1824 Series

Macallan é Macallan.

A linha 1824 da Macallan, que veio substituir no Brasil a linha Fine Oak, é baseada na coloração natural (natural colour) dos seus maltes advindas do processo de maturação em barris de carvalho que envelheceram previamente vinhos Jerez (barris ex-Sherry).

É o tipo de madeira que definará o sabor de cada malte da 1824 Series. E a Macallan é extremamente  rigorosa na escolha dos barris a maturarem seus whiskies. De cada dez barris apresentados a Macallan, apenas um é escolhido para receber os maltes da destilaria.

No Brasil chegam três versões da 1824: Amber, Sienna e Ruby. O Macallan Gold (100% Sherry carvalho americano) está de fora, por enquanto.

O Macallan Ruby é 100% Sherry carvalho europeu. Já o Amber e o Sienna são combinações ex-Sherry carvalho europeu e americano, mais sherry carvalho americano para o Amber e mais sherry carvalho europeu para o Sienna. Os nomes dos rótulos refletem a cor dos maltes resultantes desse processo de maturação nessas combinações de barris.

Amber é um whisky floral, cítrico, e que ganha notas de baunilha. No paladar, maçã verde e limão se misturam com canela e algumas notas de gengibre. O final é longo com frutas vermelhas, cítricas e baunilha.

Ruby apresenta notas de frutas secas e cítricas. O carvalho espanhol é nítido no aroma. Na boca, gengibre, noz-moscada, chocolate, uva passa e panetone. Uma pitada de cravo. O final do Ruby é longo predominando frutas secas e nozes.

Já o Sienna pode ser considerado como uma bela combinação entre Ruby e Amber.

Mais sobre a 1824 Series no vídeo com Maurício Salvi, Maurício Porto e Gianpaolo Morselli, Embaixador da Macallan no Brasil.

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O novo manual do uísque

Por César Adames

ATÉ O MAIS TRADICIONAL DOS DESTILADOS ESTÁ SUJEITO A MUDANÇAS. CONHEÇA AS ATUAIS TENDÊNCIAS DESTE UNIVERSO.

A idade não importa (tanto)
O brasileiro consumiu 38,7 milhões de litros em 2012. Em 2013, o número aumentou 42%. E esse é um crescimento global. Como seria, então, possível para as destilarias estocar seus rótulos por 12, 15, 18 ou mais anos, se elas mal acompanham a demanda? A solução encontrada por algumas empresas foi tirar a idade de seus rótulos e substituí-la por outras denominações.

É o caso do Macallan, considerado por muitos o Rolls-Royce dos single malts. No final do ano passado, o Brasil recebeu a visita de Joy Elliot, embaixadora da marca, para o lançamento da linha 1824 Series com quatro rótulos: Gold, Amber, Sienna e Ruby, refletindo as cores reais dos uísques da série.

A criação é obra do mestre distiller Bob Dalgarno, que levou em conta a identificação da cor natural obtida no processo de maturação em diferentes tipos de barris enquanto o tipo de madeira definiu o sabor, do mais delicado até notas mais complexas como frutas secas. Comparativamente em termos de paladar, poderíamos dizer que o Gold representa um 10 anos, o Amber é um 12, o Sienna é um 15 e o Ruby, um 18 anos. Para o mercado brasileiro a empresa resolveu apostar no Amber e no Ruby, que já estão à venda.

Outra marca muito conhecida pelos apreciadores de single malt é a Talisker 10 anos, que recentemente lançou o Talisker Storm sem definição de idade no rótulo. As propriedades do uísque praticamente são as mesmas, um toque defumado no paladar e alto teor alcoólico, de 45,8%. Com essas duas características marcantes, é possível que o novo produto tenha de 7 a 9 anos de envelhecimento.

O barril não é mais o mesmo
O uísque sempre foi uma bebida previsível com relação aos ingredientes, destilação e até mesmo envelhecimento, sempre feito em barris de carvalho. Uma das pioneiras em mudar esse conceito foi a marca de single malt Glenmorangie, que já produz – além do tradicional envelhecido em barris de carvalho – versões que passam por barris de vinho do Porto, Jerez e até mesmo do vinho de sobremesa Sauternes. A mais recente criação da marca é o projeto Glenmorangie Cask Masters, em que os apreciadores estão interagindo no site da empresa e definindo todos os passos da criação de um novo single malt.

Dalmore King Alexander III envelhecido em seis tipos diferentes de barris

Em relação à escolha do tipo de barril, o ganhador foi o da variedade de vinho Manzanilla, produzido na Espanha. Os consumidores escolheram também o nome, o design da garrafa e até o evento de lançamento. Um fato relevante é que o Glenmorangie Ealanta foi considerado por Jim Murray, autor da Whisky Bible, o melhor single malt de 2013.

Já o single malt Dalmore King Alexander III Highland envelhece em seis tipos diferentes de barris ao longo de sua produção: um já usado para bourbons, outro para Jerez Oloroso Matusalem. Depois, passa por pipas de Porto, Madeira, Marsala e termina em barris utilizados previamente para envelhecer vinhos Cabernet Sauvignon de Bordeaux.

Novos sabores
Nos Estados Unidos, a tendência é outra: os produtores seguiram os de vodca e estão apostando na flavorização do produto. Quem começou foi a tradicional marca Jim Beam, quando surpreendeu o mercado com o Jim Beam Red Stag Black Cherry, com cerejas pretas. Como o sucesso foi grande, a destilaria lançou outra versão com sabor de mel e, mais recentemente, o Jim Beam Red Stag Spiced with Cinnamon, com especiarias e canela (tendo 40% de teor alcoólico).

O mel também foi eleito pela Jack Daniel’s, que resolveu lançar o Tennessee Honey, que na verdade é considerado licor, devido a seus 35% de teor alcoólico e à adição de açúcar. Porém, a fórmula resume-se a puro Jack Daniel’s e mel.

Pensa que é só um modismo? Pois saiba que a tradicional marca de uísque irlandesa Bushmills lançou uma versão com mel e a escocesa William Lawson, uma spiced. Sinal dos novos ventos que sopram no mundo do uísque.

Publicado na Revista GQ de 8 de abril: http://gq.globo.com/Prazeres/Bebidas/noticia/2014/04/o-novo-manual-do-uisque.html

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