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A Química do Whisky

A química por trás do whisky é bastante intrigante.

Compostos fenólicos contribuem com aromas e sabores enfumaçados e amargos. O cresol, da família fenólica, é que fornece as características medicinais encontradas, por exemplo, em maltes como o Laphroaig.

As lactonas encontradas nos barris de carvalho passam sabores e aromas amadeirados, de coco e apimentados. Os aldeídos também fornecem sabores e aromas amadeirados e apimentados, como as lactonas, mas além disso contribuem com características de cereais, vegetais e baunilha.

Os sabores e aromas frutados de pera, maça, banana, por exemplo, vêm dos ésteres. A maioria dos whiskies é filtrada a frio para retirar os ésteres, que quando resfriados se condensam deixando a bebida com um aspecto turvo.

Mais detalhes no interessante infograph abaixo.

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O Espirituoso Uísque

Matéria sobre whisky interessante e bastante ilustrativa publicada na Revista Hotel News Ed. 384 e que contou com a colaboração do nosso consultor em destilados Alexandre Campos.

Link online para a matéria: http://www.revistahotelnews.com.br/2009/materia.php?req_url=001&id_materia=506

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Blended ou Single Malt?

Alexandra Corvo explica no vídeo abaixo as principais diferenças entre estes dois tipos de scotch whisky.

E lembrem-se, single malt é também, na maioria dos casos, uma mistura de whiskies. Só que de whiskies de diferentes barris da mesma destilaria, destilados somente de cevada maltada em alambiques de cobre.

Os únicos whiskies que não são misturas são os single casks, que vêm de um único barril.

 

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Ultimate Spirits Challenge 2013: Resultados

Saíram os resultados do Ultimate Spirits Challenge 2013, realizado entre 11 e 15 de março na cidade de Nova Iorque.

Os jurados da competição dão notas às cegas aos destilados de acordo com o seguinte critério:
95-100 Extraordinário
90-94 Excelente
85-89 Muito bom
80-84 Bom

Seguem os vencedores nas principais categorias:
Vodka: Tahoe Blue, Estados Unidos, 40% ABV; Nota: 94
Gin: Fords, Reino Unido, 45% ABV; Nota: 96
Rum: Brugal Papa Andres, República Dominicana, 40% ABV; Nota: 98
Tequila Añejo, 100% Agave: IZCALI, México, 40% ABV; Nota: 96
Tequila Extra Añejo, 100% Agave: Casa Sauza XA Edición Limitada, México, 40% ABV; Nota: 95
American Whiskey: Balcones 1 Texas Single Malt, Estados Unidos, 53% ABV; Nota: 96
Bourbon: Blanton’s Single Barrel Straight Bourbon, Estados Unidos, 46.5% ABV; Nota: 97
Blended Irish Whiskey: Jameson 18 Years, Irlanda, 40% ABV; Nota: 97
Blended Scotch Whisky: Royal Salute 21 Years, Escócia, 40% ABV; Nota: 95
Single Malt Scotch Whisky: Highland Park 25 Years Old, Escócia, 45.7% ABV; Nota: 100
Cognac: Hardy XO, França, 40% ABV; Nota: 98
Licor: La Muse Verte, França, 68% ABV; Nota: 97

A lista completa com os resultados pode ser acessada no link: www.ultimate-beverage.com/the-results/2013-spirits-results/

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Estratégia de destilarias traz uísque mais nobre e caro ao mercado brasileiro

Ajudamos um pouco na matéria abaixo publicada pelo repórter Albert Steinberger da BBC-Brasil

Somente 2% do uísque consumido no Brasil é do tipo single malt (Foto: BBC)

Estimuladas pelo significativo crescimento do consumo de uísque no Brasil, grandes empresas do setor traçam estratégias para fazer com que o brasileiro passe a beber também produtos de melhor qualidade, e de preço mais elevado.

O mercado no Brasil é dominado pelas marcas do chamado blended whisky, produzido a partir da mescla de várias destilações. Dos 38,7 milhões de litros de uísque consumidos no país, quase 27 milhões são deste tipo de bebida, diz um relatório da consultoria Euromonitor.

Agora, as destilarias pretendem “apresentar” ao consumidor brasileiro o seu produto premium, o uísque chamado single malt, feito com um único tipo de cevada que gera uma bebida considerada de qualidade superior (assista ao video abaixo para saber mais). O consumo deste tipo ainda é restrito a 2% do uísque bebido no Brasil, mas tem crescido nos últimos anos.

“Empresas que importavam apenas blended whisky há três anos passaram a importar também o single malt“, conta o especialista em uísque Alexandre Campos.

Para a Euromonitor, a sofisticação gradual do consumo que tem acontecido no Brasil é consequência direta do aumento do poder de compra do brasileiro. “É esperado que consumidores de baixa renda e emergentes que passam a ter mais dinheiro no bolso migrem de destilados populares, como cachaça e aguardente, para bebidas premium”, diz a consultoria.

No Brasil, como em outros países, o hábito de beber uísque é fortemente associado ao status social. A bebida é um dos símbolos de sucesso e de prosperidade econômica.

E exatamente por conta do aumento da renda média da população o Brasil tem observado um dos maiores crescimentos de consumo de uísque do mundo, com uma expansão de mercado de 34% ao ano, superando, em percentual, grandes centros tradicionais de consumo como EUA, França e Espanha.

Segundo a Scotch Whisky Association (SWA), a associação de produtores de uísque escocês, o Brasil foi em 2011 o 8º mercado mundial em volume de vendas e 9º em valor das importações de uísque.

Pelos números da SWA, o Brasil importou mais de 13 milhões de litros de uísque escocês, por cerca de R$ 330 milhões. E a associação espera que esses números continuem subindo.

Outra forma de beber

Para Rosemary Gallagher, gerente de comunicação da SWA, o “amadurecimento” do consumidor brasileiro se dará naturalmente, como aconteceu em outros países. “Conforme os mercados se tornam mais estabelecidos, há um aumento gradual no consumo de single malt“, afirma ela.

Mas, apesar da avaliação da associação escocesa, o que se vê é que no Brasil o hábito de beber uísque segue um rumo bem peculiar.

Aos poucos, o consumo no Brasil foi sendo adaptado aos hábitos locais e, hoje, o destilado é tomado de modo bem diferente da tradição escocesa.

Na Escócia, país de clima instável e com frio intenso no inverno, o uísque é normalmente consumido puro, sem gelo, muitas vezes misturado apenas a um pouco de água fresca para diluir a concentração de álcool e liberar mais aromas da destilação.

Nos encontros de uísque na Grã-Bretanha, Brasil está em alta (Foto: BBC)

No Brasil, país de clima quente, a bebida é misturada a muito gelo, a bebidas refrescantes, que podem variar desde água de coco, guaraná e bebidas energéticas.

Ian Logan, representante da Pernod Ricard, responsável pela marca Chivas Regal, diz que o mais importante é buscar uma bebida que “agrade ao seu paladar”.

Ele avalia que o consumidor que quer gastar um pouco mais vai gostar das novidades. “O single malt é a escolha mais óbvia, com uma história forte e uma vasta gama de aromas, que tem todo um conhecimento por trás”, disse ele.

Para entrar neste mercado peculiar, além do lançamento de novas marcas no Brasil, as grandes empresas como Diageo, Campari e Pernod Ricard têm investido fortemente em anúncios de publicidade. De acordo com a Euromonitor, a tendência dos próximos anos é “a atração de mais consumidores entre 25 e 30 anos para a categoria de destilados”.

“Consumidores buscam marcas que reflitam o seu status social e as suas aspirações”, afirma Kabir Suharan, representante da marca Johnnie Walker, que pertence à empresa Diageo.

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Whisky e os Seios da Playboy

A imaginação humana não tem limites. E quando ela é associada a mulheres bonitas e sexo o contexto fica melhor para alguns, e questionável para outros.

O que você estava esperando de novidades em matéria de whisky? Envelhecimento em barris de vinho Château Pétrus? Um blended composto de whiskies americanos, escoceses e japoneses? Whisky envelhecido em dornas de amburana e jequitibá?

Nada disso. A novidade vem agora da empresa alemã G-Spirits que está lançando no mercado um single malt escocês cask strength envelhecido por 12 anos em ex-barris de vinho Jerez.

Até aí tudo bem. Qual a novidade então?

Cada gota do single malt escocês da G-Spirits é delicadamente derramado nos seios da modelo húngara Alexa Varga, Playmate 2012, de forma a depurar seu sabor.

Serão 5,000 garrafas de 500ml ao todo combinando os sabores e aromas dos seios de Alexa com os barris de vinho Jerez. A embalagem vem ainda com uma foto e um certificado de autenticidade autografado pela modelo.

A empresa está lançando ainda uma vodka e um rum com a mesma temática passando pelos seios das modelos Amina Malakona e Evelin Aubert — esses alemães não são bobos. Cada garrafa dos destilados custa entre R$ 300 e R$ 370 ao câmbio de hoje.

E não se iludam que existe público para essas bizarrices.

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Saiba apreciar uma cachaça do jeito que só ela merece

Segue a íntegra do artigo escrito pelo nosso consultor, Alexandre Campos, publicado na revista Exame.

http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/comida-bebida/noticias/saiba-apreciar-uma-cachaca-do-jeito-que-so-ela-mecere

O artigo também já havia sido publicado na revista Alfa.

Cachaça de alambique se beneficia de nossa rica biodiversidade, sendo envelhecida com bons resultados em diversas madeiras além do carvalho

 

Não é difícil depararmos com textos dizendo que a cachaça é uma bebida que não deve nada a nenhuma outra. Há quem clame por menos preconceito e revele um sentimento ufanista da década de 60, afirmando que a cachaça é a única bebida genuinamente brasileira; por isso, temos de apreciá-la em detrimento dos destilados e fermentados “gringos”, e ponto final.

A discussão, via de regra, se perde em adjetivações nacionalistas e sentimentais, em que os participantes se esquecem de responder a perguntas básicas, como: Por que a cachaça não fica a dever a nenhuma outra bebida? Por que ela é especial? Enfim, por que a cachaça é uma bebida complexa?

Em primeiro lugar, entende-se por destilados complexos os que combinam dois métodos especiais de produção:

1. Destilação em alambiques de cobre (pot stills)
2. Maturação em barris de madeira

Diferentemente dos destiladores industriais — chamados também destiladores de coluna —, os alambiques de cobre conferem maior corpo, densidade, sabores e aromas aos destilados. E a maturação em barris confere uma gama ainda maior dessas desejáveis características ao produto final.

Dos inúmeros tipos de destilados existentes no mundo, apenas sete são produzidos pela combinação dos dois processos acima: armagnac, cachaça, calvado, cognac, rum, tequila e whisky. Sendo que o cognac é destilado apenas em alambiques de cobre, e a maioria dos armagnacs e calvados também.

Tudo bem que grande parte das cachaças, dos runs, das tequilas e dos whiskies são produzidos em larga escala em destiladores industriais. Mas quando esses destilados provêm de alambiques de cobre, com posterior maturação em barris, passamos a falar de bebidas especiais que merecem atenção e respeito.

A vodka, por exemplo, apesar de ser um destilado apreciado pela coquetelaria por sua versatilidade e neutralidade, não apresenta complexidade. Produzi-la é, de fato, muito simples. Basicamente, destila-se um mosto fermentado de batata, centeio, trigo ou uva em destiladores industriais, e a bebida já está pronta para consumo.

Alguns afirmam, equivocadamente, que a complexidade da vodka está em suas múltiplas destilações. Ora, se destilarmos uma bebida inúmeras vezes terminamos, no limite, com álcool puro, não é mesmo?

A complexidade em produzir um destilado não está, portanto, no número de destilações, mas sim em combinar a destilação em alambiques de cobre com o posterior envelhecimento em barris, ambos os processos requerendo técnicas e habilidades especiais de produção.

É certo que dois destilados se diferenciam dos demais, quanto à complexidade: o whisky single malt escocês e a cachaça de alambique (também conhecida como artesanal). Os dois são produzidos em alambiques de cobre. O primeiro se destaca, ainda, pela enorme variedade de barris de carvalho que se usam em sua maturação. Encontramos, por exemplo, single malts escoceses envelhecidos em barris de carvalho que maturaram previamente vinho jerez, vinho sauternes, vinho do porto, vinho tokaji, whiskey bourbon e por aí vai.

Já a cachaça de alambique se beneficia de nossa rica biodiversidade, sendo envelhecida com bons resultados em diversas madeiras além do carvalho, como amburana, bálsamo, cerejeira e ipê, entre outras. Até pau-brasil é usado para envelhecer cachaça!

A combinação alambique de cobre mais envelhecimento em barris é, portanto, crucial na produção de uma bebida complexa como a cachaça de alambique. E podemos citar excelentes exemplares produzidos em nossa terrinha como as cachaças Anísio Santiago, Salinas, Sapucaia, Vale Verde e Weber Haus.

Esquecemos os destilados de alambique de armagnac, calvado, cognac, rum e tequila? Não: trata-se, sem dúvida, de destilados complexos, mas com pouca variedade em termos de métodos de envelhecimento. O armagnac, calvado, e cognac são envelhecidos basicamente em barris de carvalho limousin e tronçais, e o rum e a tequila em barris de carvalho que maturaram previamente whiskey americano.

Ainda que reste muito por fazer em prol do desenvolvimento de cachaças premium, endossamos aqui a admiração e o valor que merecem as nossas cachaças de alambique. Podemos até dizer que a palavra “cachaceiro” deixou de ser ofensa, sendo aprimorada para “cachacier”, a que têm direito os poucos que, realmente, conhecem e sabem degustar a bebida que é a cara do Brasil.

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