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Jack Daniel’s Tennessee Honey Chega ao Brasil

Por Cesar Adames

Demorou mas chegou. Depois de quatro anos de seu lançamento nos Estados Unidos e já com mais de 1 milhão de caixas vendidas, chega ao Brasil o Jack Honey, uma mistura do tradicional Jack Daniel´s Old No 7 com leve toque de mel.

Para começar é bom lembrar a todos apreciadores de Jack de plantão que esta bebida não é Tennessee Whiskey nem whiskey, é um Honey Liqueur Blended com Jack Daniel’s Tennessee Whiskey, como aparece no rótulo da garrafa. Traduzindo: é uma bebida composta, pois não pode ser enquadrada na lei que regula a produção de whiskey norte-americano.

Esta nova mistura Jack & Honey vem seguindo uma tendência mundial de incluir outros ingredientes na produção do whiskey (produzido nos Estados Unidos) e até mesmo do whisky (produzido na Escócia e outros países). A ideia é aumentar o consumo e buscar o público feminino e mais jovem.

A própria Jack Daniel’s tem outro produto desenvolvido especialmente para a Alemanha com 15% de teor alcoólico, conhecido como Winter Jack, que mistura JD Old No. 7, suco de maçã, canela e cravo.

Para marcar o lançamento a Brown-Forman, empresa proprietária da marca, preparou uma série de atividades para seus consumidores conhecerem melhor esta novidade. A campanha chamada “A little bit of honey. A whole lot of Jack” vai contar com ações em pontos de venda, campanha digital e em cinemas.

O novo Jack Daniel’s Tennessee Honey tem 35% de teor alcoólico, vem em garrafas de 1 litro e vai ter preço médio de R$ 105,90, mesmo preço sugerido do JD Old No. 7.

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Destilarias dos EUA visitam o Brasil

Por Cesar Adames

O Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos (DISCUS - www.distilledspirits.org) realizou na última semana de janeiro passado dois eventos no Brasil para promover os destilados norte-americanos no país.

As exportações de destilados norte-americanas para o Brasil chegaram a US$ 4 milhões em 2012 (valor 125% superior a 2006), sendo o whiskey (que há 10 anos registrava US$ 140 mil em exportações para nosso país) responsável por aproximadamente 98% deste total.

Uma das grandes estrelas do evento foi Jeff Arnett, Master Distiller da Jack Daniel’s, em sua primeira visita ao Brasil, que comandou  um seminário sobre a história e o processo de produção do Bourbon e do Tennessee Whiskey, seguido de degustação de bebidas e demonstração da popularidade dos whiskies norte-americanos no preparo de coquetéis.

Na comitiva também estiveram  produtores de pequenas destilarias dos EUA, apresentando seus whiskies, bourbons, brandies, gins e vodkas ao mercado brasileiro. Vale a pena conhecer quatro dessas pequenas destilarias que em breve devem estar por aqui.

Osocalis Distillery (www.osocalis.com) – Fundada no início dos anos 1990, Osocalis é uma pequena destilaria artesanal em Soquel, na Califórnia. O nome Osocalis é o nome original nativo americano para Soquel, hoje parte de Santa Cruz. A marca ainda usa um pequeno alambique tradicional Charental, importado de Cognac, para produzir brandies com uvas e maçãs das regiões mais frias da costa da Califórnia. Seus produtos são elaborados com a elegância e complexidade dos brandies do Velho Mundo, mas com a intensidade da fruta e a estrutura dos vinhos da Califórnia.

House Spirits Distillery (www.housespirits.com) – Fundada em 2004, no Oregon, a House Spirits é uma das líderes do movimento de destilação artesanal da América. Seus premiados produtos são inspirados pela paixão por destilados de qualidade e deliciosos coquetéis. Entre os saborosos e inovadores produtos da casa estão Aviation American Gin, Westward Oregon Straight Malt Whiskey, Krogstad Festlig Aquavit, Volstead Vodka, além de uma linha de lançamentos de lotes limitados.

Catoctin Creek Distilling Co. (www.catoctincreekdistilling.com) – Fundada por Becky e Scott Harris em 2009, é a primeira destilaria legal em Loudoun County desde a Lei Seca. Está localizada em Purcellville, Virginia, no coração do Vale Loudoun, muitas vezes chamado de Capital do Vinho, com mais de vinte vinhedos e vinícolas, e agora uma destilaria. Produzem destilados orgânicos e kosher de alta qualidade.

Finger Lakes Distilling (www.fingerlakesdistilling.com) – Pequena destilaria artesanal do estado de Nova York que surgiu após o encontro casual, em uma conferência no Alabama em 2007, de Brian McKenzie, ex-vice-presidente de banco em Nova York, e Thomas Earl McKenzie, enólogo, cervejeiro e mestre em destilação. Suas vodkas e licores saborizados são feitos da maneira tradicional, com frutas embebidas nos destilados, sem adição de extratos ou aromatizantes sintéticos para acelerar o processo. Seus whiskies descansam em barris de carvalho até atingirem a maturação ideal.

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Frank Sinatra É Homenageado Por Jack Daniel’s

Ocorreu no dia 28 do mês passado no Terraço Itália, um dos mais altos edifícios de São Paulo, com uma vista panorâmica e deslumbrante da cidade, o lançamento no Brasil do whiskey Jack Daniel’s Sinatra Select.

Não foram poucos os amores começados tendo como pano de fundo as canções de Sinatra. E o gênio também tinha as suas paixões. As mulheres eram uma, para as quais mandava flores; e o whiskey Jack Daniel’s era outra. Com “Jack” era visto frequentemente, o que lhe rendeu o apelido “Barítono do Bourbon” (The Bourbon Baritone). A alusão ao gosto do cantor pelo whiskey americano foi feita pelo jornal The Washington Post.

Sinatra não largou seu amigo “Jack” nem no seu enterro. Reza a lenda que o cantor foi sepultado no dia 14 de maio de 1998 junto com um pacote de 10 moedas de 5 centavos, um maço de cigarros Camel, e uma garrafa de Jack Daniel’s…

A versão JD Sinatra Select estava sendo bastante aguardada pelos fãs da marca no Brasil. Trata-se de uma edição ultra-premium da Jack Daniel’s. “Essa foi a melhor forma que achamos para homenagear o centenário do nascimento de Frank Sinatra no ano que vem, e assim, coroar essa relação que ele teve a vida toda com a marca”, diz Amador de Carvalho, presidente da Brown-Forman no Brasil, empresa que controla a destilaria Jack Daniel’s.

O Sinatra Seclect é fruto de barris selecionados especialmente para compor o whiskey final. E para explicar todo o complexo processo de fabricação da bebida, a Jack Daniel’s trouxe ao Brasil seu master-distiller, Jeff Arnett. Ele salientou que ripas adicionais de carvalho foram inseridas dentro de cada barril, chamados de “barris Sinatra”, para acelerar o envelhecimento e proporcionar uma whiskey com sabores mais acentuados de baunilha e especiarias, além de aromas e sabores enfumaçados.

Estamos tão ansiosos quanto você para colocar as mãos em uma garrafa dessa edição especial. Até lá vamos relaxando com a belíssima voz do cantor interpretando “Girl from Ipanema”.

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Pato Donald & Zé Carioca Bebem Cachaça Juntos

Que Walt Disney era um gênio visionário não se discute. Em 1942 ele lançou Watercolor of Brazil (Aquarela do Brasil), um curta-metragem animado de 7 minutos  no qual no final o nosso Zé Carioca aparece tomando cachaça com seu novo amigo Pato Donald.

No desenho o Pato Donald se assusta um pouco com o poder alcoólico de nossa bebida — ele deve ter tomado a branquinha que sai direto do alambique a mais de 50% ABV. Mas o fato é que 70 anos mais tarde o sonho de Walt Disney se tornou realidade. Os EUA finalmente reconhecerão a cachaça, a partir de 11 de abril, como um produto de denominação de origem exclusiva do Brasil.

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Brazilian Rum Não, Cachaça!

A medida significa basicamente duas coisas: i) nem um outro país, a não ser o Brasil obviamente, poderá comericalizar em terras yankees um destilado rotulado como “Cachaça” e ii) a cachaça não precisará mais ser vendida no mercado americano sob o nome genérico de “Brazilian Rum”.

A proposta tramitava no departamento de comércio americano desde abril do ano passado  quando a Presidente Dilma se encontrou nos EUA com o Presidente Barack Obama para discutirem temas de comércio.

O reconhecimento de nossa cachaça não veio de graça, contudo. Em troca, o Brasil estará reconhecendo o bourbon e o Tennessee whiskey como bebidas americanas típicas.

Segundo estimativas do Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça), com a nova medida a cachaça poderá conseguir uma fatia entre 5% a 10% do mercado de rum nos EUA, o que representaria uma venda por ano entre 2 a 3 milhões de caixas da nossa bebida.

Esperamos que Pato Donald se acostume e tome gosto pelo nosso destilado.

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Jack Daniel´s Rye Whiskey Unaged

E quem disse que whisky tem que ser envelhecido em barris? Ou melhor, quem disse que whiskey americano tem que ser maturado em barris de carvalho?

Alguns dizem, por exemplo, erradamente, que whiskey americano tem que ser maturado por no mínimo 2 anos em barris de carvalho antes de pode ser chamado oficialmente de whiskey. Bobagem! Mito! A exigência da idade mínima de 2 anos se aplica apenas aos whiskies chamados “straight”. Portanto, viu no rótulo de um whiskey americano a expressão “straight”, pode ter certeza que a bebida foi envelhecida por no mínimo 2 anos em barris de carvalho.

Jack Daniel's Rye Whiskey

O Jack Daniel’s, Tennessee whiskey, também não precisa ser envelhecido em barris. Fato comprovado pelo novo lançamento da destilaria: Jack Daniel´s Rye Whiskey Unaged. Um whiskey destilado a partir do mosto fermentado produzido de uma receita contendo 70% de centeio, 18% de milho e 12% de cevada maltada, que não viu a cor dos barris de carvalho.

Por enquanto, o novo lançamento será comercializado apenas no mercado americano. Uma pena já que muitos por aqui pensam que whisky sem envelhecimento não existe ou não merece consideração por se tratar de uma bebida não palatável. Não é o caso! O destilado original do whisk(e)y já contém muitos aromas e sabores interessantes aos paladares mais exigentes.

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Degustação de Jack Daniel’s

O vídeo a seguir é de uma degustação de Jack Daniel’s realizada na Adega Beal em Cascavel no Paraná.

A matéria aborda curiosidades e explicações relevantes sobre o JD. A única ressalva fica quanto a diferenciação entre os whiskies Tennessee e Bourbon.


Jack Daniel’s usa em sua produção o processo de filtragem conhecido como charcoal mellow ou Lincoln County Process. Mas, apesar da grande maioria dos produtores de Bourbon não usarem este tipo de filtragem na produção de seus whiskies, não existe nada na legislação do Bourbon que os proiba de usar esse processo de filtragem na fabricação de seus whiskies.

Atentem para o rótulo do Jim Beam’s Choice ao lado. Reparem na expressão “Charcoal Filtered” na base da garrafa. Pois é, Bourbon sendo filtrado em carvão de maple tree como o Jack Daniel’s.

De fato poderíamos enquadrar o Jack Daniel’s na categoria de Bourbon dado que: i) não existe nada na legislação que impeça os produtores de Bourbon de usarem o processo charcoal mellow; e ii) não existe legislação que obrigue o Tennessee whiskey a usar esse método de filtragem.

Às vezes, o universo do whisk(e)y não é tão simples quanto possa parecer.

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Secos e Molhados — Al Capone, o whiskey e o crime organizado

Lips that touch wine shall never touch mine — slogan feminino a favor da Lei Seca americana

Tennessee, sul dos Estados Unidos. Lugar conservador para certos padrões, onde ainda impera a Lei Seca em alguns condados. Na pequena cidade de Lynchburg, condado de Moore, o único lugar onde se pode comprar bebida alcoólica é na destilaria da Jack Daniel’s, que tem licença especial para a venda de whiskey. De fato, ainda hoje há condados, em muitos estados americanos, onde a venda de bebidas alcoólicas é rigorosamente proibida — são os dry counties (condados secos).

Mas, para quem aprecia um bom trago, a situação já foi muito pior na terra do Tio Sam. Em 17 de janeiro de 1920, os Estados Unidos implementavam a 18ª Emenda Constitucional (18th Amendment). Associada a ela estava o Volstead Act, conjunto de leis concebidas e escritas pelo procurador da república, Wayne Wheeler, e encabeçadas pelo congressista republicano Andrew Volstead.

A partir daquela data, toda a produção, comercialização e consumo de bebidas com mais de 0.5% de álcool estavam proibidos na totalidade do território americano. Um dos experimentos sociais mais controversos da história do país, com consequências inesperadas e desastrosas para a toda a sociedade.

Algumas pequenas exceções eram feitas, como o uso de whiskey por prescrição médica ou em rituais religiosos. Os Estados Unidos passaram, do dia para noite, a ser uma nação cheia de rabinos, padres, reverendos — e também de doentes que buscavam a cura no whiskey. Até o single malt escocês Laphroaig conseguiu entrar no país como medicamento. Sabemos que ele se diferencia por um sabor medicinal, presente também em outros whiskies da ilha de Islay, mas daí a dizer que é um santo remédio…

Uma coisa era criar a lei, outra seria aplicá-la. Na época, o governo central e os estados americanos encontravam-se totalmente despreparados para lidar com o Volstead Act. Não havia policiais, guarda costeira ou juízes suficientes para combater o comércio de bebidas e os fora da lei, fruto da completa desorganização e da falta de planejamento dos governantes e legisladores. Isso sem falar das autoridades locais que se opunham à legislação, como Edward Edwards, governador democrata de New Jersey, que declarou que seu estado não aderiria à Lei Seca — “New Jersey will remain as wet as the Atlantic Ocean…”

A nação estava completamente dividida entre os que eram a favor da proibição (drys — secos), em sua maioria de republicanos, e os que eram contra (wets — molhados). A divergência estendia-se aos produtores: alguns aderiram à lei imediatamente, enquantos outros resolveram atuar na ilegalidade. Como, por exemplo, os fabricantes do whiskey Templeton Rye, que há pouco tempo tive a oportunidade de degustar no Brandy Library, excelente bar de destilados em Nova Iorque.

O que provei foi uma versão do Templeton Rye, um whiskey com 51% de centeio, chamada Prohibition Era que até hoje usa a receita da época da Lei Seca. Isto mesmo: o pessoal da Templeton seguiu produzindo clandestinamente seu whiskey, durante os 13 anos em que a Lei Seca esteve em vigor…

Foi aí que entendi por que o balanceado e aromático Templeton Rye era o whiskey favorito do mais famoso gângster da história americana, Alphonse Gabriel Capone, o lendário Al Capone. Reza a lenda que esse whiskey conseguiu entrar até mesmo na seguríssima prisão de Alcatraz, onde o célebre Scarface cumpriu pena por quase 5 anos, depois de haver feito fama e fortuna com o comércio ilegal de bebidas na época da Lei Seca.

O Templeton Rye Prohibition Era vale por ser um belíssimo destilado com aromas de cedro e impactantes sabores de especiarias como cravo, canela e noz-moscada. Onde estavam com a cabeça os governantes americanos para proibirem seus compatriotas de deleitarem-se com essa maravilha…?

A história diz que a Lei Seca americana veio com o intuito de combater o alcoolismo e todas as mazelas correlatas, como a violência. Mas o que se vivenciou foi exatamente a multiplicação, como nunca antes, de diversos problemas sociais.

Alphonsus Gabriel Capone

O comércio ilegal de bebidas era extremamente lucrativo, e financiou não só Al Capone, mas todo o crime organizado da época. Os territórios (mercados) de distribuição de bebidas como o whiskey eram disputados violentamente. Coisa muito parecida com que acontece hoje com o tráfico de drogas, no Rio de Janeiro e em outros grandes centros urbanos do País.

A audácia dos criminosos era tanta que eles chegaram a reunir-se uma vez em Atlantic City com a ideia de dividir as áreas de atuação de acordo com a repartição jurisdicional implantada pelo Federal Reserve (Banco Central americano). Seria uma forma de evitar conflitos e mais violência.

Corria sangue na Chicago da década de 20, onde Al Capone atuava, mas jorrava também muito whiskey e rum. O primeiro, contrabandeado principalmente do Canadá; o segundo, do Caribe.

A Lei Seca americana nunca tornou os Estados Unidos realmente dry, provando ser um completo fracasso. Al Capone, por exemplo, não foi condenado pelo tráfico e contrabando de bebidas alcoólicas, mas por sonegação fiscal.

Se não fossem Michael Jordan e o fabuloso time do Chicago Bulls da década de 90, a cidade de Chicago ainda teria como único ícone o eterno inimigo do intocável Eliot Ness. E talvez, se não fossem a depressão econômica e a necessidade de gerar receita fiscal com a taxação de bebidas alcoólicas, os EUA ainda poderiam estar vivendo na maior “secura”. Para o desespero de americanos como Humphrey Bogart, para quem todo homem nasce com duas doses de whiskey abaixo do normal…

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